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Metodologias ativas: criando um estudo de caso a partir da Aprendizagem Baseada em Problemas

As metodologias ativas são amplamente propostas pela BNCC. Mas existe uma série delas que pode ser aplicada em suas aulas de forma muito proveitosa, fugindo daquele tradicional método de memorização excessiva. Hoje vamos falar um pouco sobre uma metodologia muito interessante: o estudo de caso. Você já ouviu falar? Ela é uma variante efetiva da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL).

O PBL

O PBL (“Problem-Based Learning” em inglês), é uma prática que  incentiva a habilidade de “aprender a aprender”, conhecer, fazer, conviver e ser, desenvolvendo capacidades intelectuais nos estudantes ao longo de todo o curso. Essa metodologia surgiu na década de 60 na Faculdade de Medicina da Universidade de McMaster, no Canadá, com o intuito de diminuir a defasagem dos primeiros anos do curso, no qual o ensino era predominantemente teórico, em relação aos outros anos em que havia práticas. Assim, o PBL integra a prática e a teoria durante todo o curso, onde os alunos desenvolvem habilidades e competências como comunicação e resolução de problemas. A ABP hoje é muito difundida em faculdades e pós-graduações.

Ela funciona por meio de apresentação constante de situações problemas para que os alunos resolvam, na tentativa de solucionar o desafio apresentado, esses acabam  pesquisando e entrando em contato com a teoria, sem precisar de aulas expositivas. No ensino básico brasileiro, essa metodologia ainda está iniciando e, quando utilizada, é pontual em uma sequência de aulas ou temas. Isso ocorre porque para que ela seja realmente implementada completamente, toda a estrutura de sala de aula precisará mudar, já que a situação problema é a base da estrutura curricular e não a aula em si.  

Assim, hoje conseguimos aplicá-la de forma adaptada em alguns momentos do currículo, por meio de aulas que trazem como uma atividade a resolução de um  ‘estudo de caso’, que incentivam os alunos a estudarem, discutirem e resolverem um problema real.

Como aplicar

Segundo Herreid (1998), um estudioso do tema, um bom caso tem características como:

  1. narra uma história 
  2. desperta o interesse pela questão
  3. deve ser atual;
  4. produz empatia para com os personagens centrais
  5. inclui diálogos;
  6. é relevante ao leitor
  7. deve ter utilidade pedagógica; 
  8. provoca um conflito;
  9. força uma decisão;
  10. tem generalizações;
  11. é curto.

É importante que os casos façam parte do contexto dos alunos, porque estimula os seus desenvolvimentos para propor soluções. Isso também favorece o aprendizado de novos conhecimentos, habilidades, argumentação e tomada de decisões, por exemplo.

Além disso, o estudo pode ser feito em grupo, o que estimula a competência de cooperação, que é muito importante e enfatizado pela BNCC.

As três fases cíclicas

  1. No primeiro momento, após apresentar a situação problema, o facilitador orienta eles a identificar as informações fornecidas (cenário do problema) e os conhecimentos prévios dos integrantes para identificar os fatos, assim como gerar hipóteses para resolver o problema e identificar as informações para isso. 
  2. No segundo momento temos o estudo autodirigido, onde temos a aprendizagem individual, onde há a pesquisa dos pontos relevantes para posterior discussão entre os membros.
  3. Por último, os participantes discutem novamente com novas ideias e informações, onde debatem para avaliar a melhor conclusão para resolver o problema. Caso ele não seja solucionado, volta-se para o primeiro momento.

Vantagens

De acordo com cada caso em cada tema, é possível estimular diferentes competências nos estudantes , desde motoras, cognitivas, emocionais e interpessoais. Além disso, é uma porta aberta para aproximar os alunos de matérias muitas vezes não tão compreendidas por eles na forma tradicional, como a matemática. E também é uma metodologia muito efetiva para o aprendizado, onde já se notou uma maior motivação dos alunos e professores quando utilizamos essa forma de ensino aprendizagem. Isso ocorre porque nesta metodologia se apresenta casos reais que tenham um problema, onde os alunos deverão propor possíveis resoluções para ele. Para isso, a turma é desafiada a estudar e imergir  no tema, discutir e testar suas teorias e soluções, possibilitando um maior aprendizado não apenas teórico, como também prático.

Preparando o estudo de caso

Para preparar um estudo de caso, é preciso antes de tudo escolher ou criar um caso para os alunos se debruçarem. Esses são desenvolvidos baseados em fatos reais e de acordo com competências e habilidades que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas nos estudantes. Além disso, é importante que o facilitador guie o estudo, que pode ser facilmente realizado com questões motivadoras sobre o problema. Outro ponto importante é que o caso pode ter várias resoluções, não precisando se preocupar com ‘respostas corretas’ e podendo explorar a criatividade de cada aluno.

Por fim, uma dica:

É interessante que não se dê respostas prontas, mas nortear a dúvida, fazendo novas perguntas, guiando o raciocínio da turma, sem entregar a resposta como uma forma de estimular o raciocínio de todos. Desta forma, o estudo de caso torna-se uma ferramenta de ensino investigativa que motiva o estudante a compreender, explorar e esclarecer problemas. Isso resulta em uma metodologia onde os alunos aprendem o processo desenvolvido, as situações vivenciadas e as possíveis falhas dos casos.

É uma metodologia que vale a pena ser utilizada nas mais variadas aulas, onde podemos apresentar problemas reais e pedir para que os participantes procurem soluções viáveis e acessíveis.

Você já utilizou essa metodologia em alguma aula? Nos conte como foi!

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